Juízes, réus e vítimas. Por quê? Dá para ser diferente.

Juízes, réus e vítimas. Por quê?(*) 
Vivemos num mundo de julgamentos, muitas vezes apressados, sem direito a defesa. Comparando à idade média, as fogueiras agora são as redes sociais, e os inquisidores podem ser qualquer um de nós, de qualquer idade. O fogo cresce à medida dos potenciais de "shares" e "likes" e o rito tende a ser sempre sumário.
O certo e errado? Isto depende de cada juiz. As regras sociais variam, as ideologias variam, mas inexplicavelmente, nesta nova realidade em que todos querem ver suas variações compreendidas, há pouca ou nenhuma tolerância com as variações dos outros.
Errar continua sendo humano, o que mudou é que todos nos tornamos juízes dos outros, extremamente duros, e nos tornamos muito condescendentes com nós mesmos. Interessante notar que muitas vezes os juízes são juízes e vítimas ao mesmo tempo, havendo um explicito conflito de interesses que, nesta situação, não parece ser levado em conta. Mas deve ser!
A rede social não traz espelho embutido, é um canal de comunicação propício a muito ruído e ao mesmo tempo, tem um potencial exponencial de repercussão. 
Nela passamos a usar um vocabulário politicamente correto e assim camuflamos (as vezes até de nós mesmos) as reais intenções de impor nossa forma de pensar. 
Nos misturamos em "coletivos" e, em grupo, nos tornamos ainda mais intransigentes com os outros que ousem discordar de nossas bandeiras. E por discordar entenda-se, inclusive, simplesmente, não levantar a mesma bandeira. 
Sejamos melhores do que isso. Inclusive para melhor educarmos nossos filhos que já nasceram nessa época de redes sociais!
A condição de vítima de hostilidades pode acontecer de forma involuntária, o resto é conosco! 
Podemos e devemos ser melhores. Contra isso, oferecemos o sempre sábio Mario de Andrade. 

(*) Adaptado de uma mensagem que li e que é a cara das reflexões que o Temperança propõe. 
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