Sobre a culpa...

Sentir culpa é algo penoso e ao mesmo tempo muito complexo.

Normalmente a culpa chega tarde demais para mudar o que já passou e na melhor das hipóteses ela serve para ligar o alarme do pedido de desculpas.

Apesar de parecer inútil, a culpa pode libertar, a medida que "pune" psicologicamente o culpado que assim vai se sentindo "quites" com o mundo por seus atos ou omissões (reais ou imaginários).

Mas parece que a culpa tem maior utilidade para demonstrar quão humanos somos. Quanto precisamos de entendimento, aceitação e perdão.

A culpa só existe em quem tem o mínimo de empatia dentro de si e por isso tem necessidade de um nível de interação social correspondente a uma vida em sociedade ou de uma resposta para os males causados a outras pessoas.

As mães sabem quanto a culpa preenche a sensação de impotência diante dos acontecimentos indesejados ou incompreendidos... mas também sabem que a culpa nem sempre tem utilidade além disso.

Uma vez o pediatra me disse: - "Desculpe te decepcionar, mas isso não é sua culpa." Mesmo após 13 anos, continuo pensando como a culpa pode nos dar a ilusão de que se fizemos, então podemos desfazer....acho que é por isso que mães cultivam tanta culpa.

Mas o melhor é dar o próximo passo. A paralisia da culpa não cura a alma, nem mesmo os males mais concretos.

E  o entendimento de que nem tudo é sua culpa, pode ser ainda mais libertador.

A medida entre toda essa ambiguidade complexa está no delicado equilíbrio entre emoção e razão.

De todo modo, a análise e a revisão dos fatos é sempre uma forma de entender se há razão para a culpa e ao primeiro sinal de que de fato poderíamos ter agido de forma diferente, só há duas alternativas razoáveis:

Consertar, o que for possível, e seguir em frente!

ou

Pedir desculpas, com sinceridade, e demonstrar que sente muito e seguir em frente!








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