Somos o que vivemos

Dorothy Law Nolte escreveu em 1954 um texto que me foi apresentado pelo Dr. Decio Len, um pediatra extraordinário. O texto se chama "As crianças aprendem o que vivenciam" (disponível ao final do post).

Ontem assisti a um documentário dos filhos da Princesa Diana sobre a mãe (feito quando dos 20 anos de seu falecimento e chamado "Diana, Our Mother: Her Life and Legacy"). No documentário foi possível constatar que, como enunciava Dorothy, eles são o que viveram. São  afetuosos, mais espontâneos que o usual para a família e continuam a fazer visitas a entidades que abrigam moradores de rua, hábito adquirido em função da mãe levá-los regularmente a esses lares. 

O extraordinário foi também perceber que ela, Princesa Diana, nascida em uma família aristocrática inglesa, era um ser munido de empatia em dose acima do normal. Se preocupar em saber como vivem moradores de rua ou pessoas afetadas por guerras civis não é o mais comum para seres muito bem nascidos que normalmente não viveram a pobreza e, muitas vezes, nem tiveram a chance de conhece-la de alguma outra forma.

Não são muitas as pessoas que carregam doses extras de empatia, mas essas poucas pessoas fazem muita diferença no mundo ao seu redor. 

Elas são capazes de serem também o que não viveram, de sentirem as dores do outro e, mais importante, de confortarem pessoas que precisam apenas com um olhar, um abraço ou uma palavra. Seus gestos são naturais, instintivos... por isso são bem recebidos e geram o efeito esperado.  






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"Se as crianças vivem ouvindo críticas, aprendem a condenar.
Se convivem com a hostilidade, aprendem a brigar.
Se as crianças vivem com medo, aprendem a ser medrosas.
Se as crianças convivem com a pena, apren dem a ter pena de si mesmas.
Se vivem sendo ridicularizadas, aprendem a ser tímidas.
Se convivem com a inveja, aprendem a invejar.
Se vivem com vergonha, aprendem a sentir culpa.
Se vivem sendo incentivadas, aprendem a ter confiança em si mesmas.
Se as crianças vivenciam a tolerância, aprendem a ser pacientes.
Se vivenciam os elogios, aprendem a apreciar.
Se vivenciam a aceitação, aprendem a amar.
Se vivenciam a aprovação, aprendem a gostar de si mesmas.
Se vivenciam o reconhecimento, aprendem que é bom ter um objetivo.
Se as crianças vivem partilhando, aprendem o que é generosidade.
Se convivem com a sinceridade, aprendem a veracidade.
Se convivem com a equidade, aprendem o que é justiça.
Se convivem com a bondade e a consideração, aprendem o que é respeito.
Se as crianças vivem com segurança, aprendem a ter confiança em si mesmas e naqueles que as cercam.
Se as crianças convivem com a afabilidade e a amizade, aprendem que o mundo é um bom lugar para se viver."
Dorothy Law Nolte

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