Vida Arrastão


Vida Arrastão


A vida da gente é como um pescador e sua rede de arrastão que pesca experiências e lembranças....

Foto: Monumento Pescadores em São Luis - MA



Jogamos a rede no início da vida e a partir daí vivemos experiências, conhecemos pessoas, tomamos decisões, fazemos escolhas.

Algumas coisas passam por nossas redes e não são retidas. As vezes nem são percebidas. Outras passam e causam danos nos fios, deformam nossos nós e mudam a nossa capacidade de reter memórias e lembranças.

Mas há aquelas que grudam em nossa rede. Ficam conosco por alguma razão. Amigos de infância que nunca mais vimos...esses costumam estar presinhos na rede, ainda que em algum pedaço que a gente não lembre e não veja todos os dias.

Experiências da infância e da juventude! Professores, passagens gostosas na escola, situações da época da faculdade... inclusive aquelas que pareciam roubadas, sem conforto, tomando susto.... normalmente são memórias que nos fazem sorrir e nos acompanham pela vida.

Pessoas com quem trabalhamos. Que nos ajudaram a crescer, nos aconselharam, nos acompanharam... falaram mal do chefe conosco, foram nossos chefes, pessoas nos inspiraram....

A rede também prende as lembranças de pessoas que nos fizeram mal. Mesmo querendo, muitas vezes não conseguimos apagar essas memórias. Elas fazem parte da nossa vida, da nossa “pescaria” e lembrar delas pode servir para lembrarmos de quem não queremos ser e o que não queremos fazer ao outro.

Abrimos o nosso arrastão assim que nascemos e depois de uma bela etapa de vida, talvez na metade dela, começamos a perceber que estamos arrastando coisas boas e ruins, que perdemos lembranças que gostaríamos que continuassem conosco mas que se foram nas marés da vida e que a rede sempre comportará mais e mais experiências.

Nessa altura da vida talvez seja um bom momento para dar uma olhadinha no resultado até aqui... o que estamos arrastando conosco? O que queremos continuar arrastando? Por que mares queremos navegar?

Assim como acontece com o pescador, não há controle absoluto sobre o que a rede nos trará lá do fundo do mar. Tudo o que podemos fazer é procurar o melhor lugar para abri-la e saber a hora de mudar de mares!


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